Finalmente....

Pois é....

depois de sofrer tanta pressão...cedi, e aqui está o meu primeiro post. Peço-vos desde já muita paciência. A minha pena está de longe do engenho das suas congéneres. Para além disso é infinitamente mais preguiçosa.

Tenho de vos agradecer o re-aparecimento de uma sensação essencial para poder ser, como vocês descrevem, estupidamente feliz. Estou muito feliz por me terem contagiado com vossa tremenda, por muitos apelidada de fundamentalista, "pica" de voltar a entrar na água. Apesar de, ao longo dos anos, nunca me ter desligado a 100% do "entrar na água", nem que fosse só para remar e disfrutar da camaradagem do line up. A verdade, é que nos ultimos 10 anos não me fiz ao mar mais que uma meia centena de vezes, e nos ultimos 4 anos não terei passado da dezena.

Depois de muitas lesões, que directa ou indirectamente me afastaram do surf, muitos anos a viver o surf competitivo por dentro, e a levar com os egos, alter-egos, e afins, de centenas de surfistas profissionais em busca de um lugar ao sol, 6 anos de distância da "minha praia", etc, a "pica" pura e simplesmente...
já não estava lá.

Eu nunca fui o tipico surfista solitário. Para mim é vital poder partilhar os momentos de surf com os meus amigos. Finalmente essas condições estão, mais do que nunca, criadas. Estou verdadeiramente ansioso para me recuperar deste joelho que, após 10 anos de aguentar com essa combinação letal que é/era o meu peso e desaustinada mania de fazer tudo da forma menos sensata possivel, disse BASTA.
E ficou-se.

Espero dentro de um mes, poder voltar a remar de volta ao line-up e....
viver a frustação "remar, remar..."
e.... vê-las passar
de me reencontrar com as caimbras
ter frio
beber inumeráveis litros de água salgada
ser repetidamente dropinado por amigos (os outros duvido que se arrisquem a uma segunda vez

para além disso...
acordar de madrugada
fazer km's à parva na base de "...acho que ali vai estar melhor", "...acho que ali vai estar menos vento", "...Hum! com esta maré é melhor ir para...", etc, e no final... NADA.
vestir o fato molhado
vestir-me à mercê da intempérieter mais frio
ficar á em beira da exaustão
e...

chegar a casa "ESTUPIDAMENTE FELIZ".

Por tudo isto tenho de vos agradecer.

Para além disso, agora, ao que parece, terei também a companhia da minha cara metade. É com enorme alegria que verifico que a Sofia está com muita vontade de se inscrever na escolinha, ainda que isso signifique que passarei mais tempo fora d'água (alguem terá que ficar com o vosso afilhado, OUVIRAM....).

Bom meninos, agora é altura de deixar as palavras de lado e passar á acção. Lá nos veremos no pico....

PS- desculpem algumas incongruencias temporais mas parte deste texto foi escrito há quase 6 meses. Sorryyyyy...................

@2007

Escrevo num final de tarde de uma semana alucinante, em que o trabalho tem consumido as 24h do meu dia a dia!

Escrevo o primeiro post do ano, porque apesar do meu companheiro bloguista estar menos ocupado do que eu, e apesar do seu surf ter sido bem mais explosivo que o meu nestes primeiros dias do ano, com grandes novidades surfísticas para postar, consta que mesmo assim, não tem tempo…Sendo assim, para não “afogar” o álbum salgado da nossa existência, aqui segue o primeiro post de 2007, para resumir as últimas surfadas e tentar que o mesmo sirva de motivação para os próximos posts!

Apesar das tentativas, a passagem de ano não foi em Santo André e por isso a primeira surfada do ano não foi no primeiro dia do mesmo! No entanto, acabei o ano em grande, com a participação no primeiro campeonato feminino da escola (com um mar daqueles!!!), que apesar de não me ter dado um primeiro (nem segundo, nem terceiro) lugar, deu-me mais uma experiência de vida, mais um sorriso, mais vontade de ser estupidamente feliz!!!

O mar tem estado grande (para mim), e apesar das minhas tentativas em ir para a praia cedo para surfar, ultimamente tenho ficado de fora, a absorver, a notar…

Houve apenas um sábado em que entrei e surfei todo o dia! Já tinha saudades de dias assim…Aliás, saudades é o que tenho, daqueles dias, em que as linhas que avistamos no horizonte são sempre iguais, sempre constantes, sempre perfeitas, e não nos trazem aqueles sets (vassouras), os quais ainda não consigo enfrentar! Espero ansiosamente por dias assim. Enquanto eles não surgem, limito-me a estar, sempre presente, sempre a aprender, mas do lado de cá, pensativa e confiante de que um dia nem o set vassoura me escapará! Quem sabe se não é já em 2007...