Final de Ano

Final do ano, é sempre altura de pensar o que fizemos ao longo do ano que passou, o que correu bem e mal, quais os objectivos para o ano novo que aí se avizinha!

Penso que o ano passado, a viver e a trabalhar em Santo André, e sem ter conhecido esta nova paixão que é o surf, os meus objectivos talvez se limitassem a isso mesmo, continuar em Santo André, viver tranquilamente e aproveitar o que a vida me tem dado…uma vida feliz creio eu!

É engraçado que até podemos fazer alguns planos, até podemos vir a concretizá-los, afinal, quem tudo quer tudo alcança, já dizia o Dapin, numa entrevista que li há bem pouco tempo, mas existem coisas que inesperadamente surgem na nossa vida, como que por acaso, e a mudam de forma significativa!

Foi o que me aconteceu este ano!!! Entre mudança de emprego e regresso a Lisboa, o surf cruzou-se na minha vida, num acaso, numa tarde de Inverno solarenga, para ficar, para fazer parte de mim…como uma espécie de paixão, daquelas que surgem sem sabermos muito bem como nem porquê!
Veio para ficar…

Desde Março que faço surf, muito poucos foram os fins-de-semana que passei sem dar um salto até S.Torpes para surfar, ou para simplesmente ver o mar!
Apesar de Abril ter sido um mês de descanso, de neve, de algum trabalho, Maio foi início de surfadas quase diárias, de grande prazer e dedicação, foi o mês em que entrei para a escolinha e em que pratiquei quase diariamente, dado que estava em Santo André a trabalhar.
O Verão foi de facto diferente, outra visão do que é estar de férias…busca intensa de ondas, de mar, de praia, de ensinamento!
O Inverno seria bem melhor, diferente, diziam os mais experientes…e foi!!! Menos crowd, mais ondas, mar maior!
O medo (quase fobia) que tinha do mar, foi ultrapassado pela vontade de surfar, e transformado em respeito…Hoje, olho para estes meses todos de surf e vejo o que aprendi, o que evolui e como é hoje possível entrar num mar, em que há bem pouco tempo atrás nem sequer molhava o pé! Ainda me lembro de perguntar ao Titi “achas que algum dia vou entrar neste mar?”…Hoje isso não é uma pergunta, mas sim uma constatação, de que entrei e o surfei!!!

Na mesma revista, lia um artigo de alguém que fica em terra, a ver os “seus” a surfar e que não percebe muito bem porque é que aqueles seres, que em pleno Inverno sorriem estupidamente porque o mar “está a dar”, desejam apenas para um novo ano isso mesmo: “que o mar continue a dar”! Aí penso: como os compreendo…. De facto, apesar de todos os objectivos que quero concretizar este próximo ano, um deles, aquele que mais me faz sorrir, é sem dúvida que o mar “dê”, que o mar esteja lá, naquele cantinho do Litoral Alentejano, para eu fazer aquelas ondas, para ter de novo aquele sorriso na cara, o mesmo que me faz viver cada dia, cada momento…e pensar, novamente, que é estupidamente simples ser feliz!!!!

Tenciono começar o ano dessa mesma forma, com esse mesmo sorriso!

Um bom Ano! Boas ondas!

Comprimento de onda!

Em física, comprimento de onda é a distância entre valores repetidos num padrão de onda. É usualmente representado pela letra grega lambda (λ).

Em surf, comprimento de onda é a felicidade plena de dropar uma onda e surfá-la parecendo que a mesma não tem fim. É usualmente representado por um grande sorriso nos lábios, que dura de forma proporcional ao seu comprimento, ou seja, quase infinito!

Foi o que me aconteceu hoje...Uma onda quase infinita, representada por um sorriso que ainda está estampado na minha cara! :)

De facto...é estupidamente simples ser feliz!!!

O futuro...

... somos nós que o fazemos!
Hoje é dia de encerrar uma porta e por outro lado muitas janelas se abrem.
A onda mais longa e proveitosa da minha vida até agora, profissionalmente falando, chega hoje ao fim.
Foi de facto uma onda muito comprida, e foi muito boa, não só por ser comprida, mas felizmente por muitas outras razões. Também teve momentos menos bons, em que quase caia, mas o saldo é francamente positivo! A verdade é que a onda em alguns momentos foi francamente grande e, desde o drop até às manobras mais radicais, deu muita luta e também prazer em domar!
Chego por isso à praia feliz e com o sentimento de dever cumprido!
É hora de tirar o fato e pousar a prancha, mas é também hora de olhar para o mar, neste fim de tarde sereno e com um lindo por de sol, sabendo que as ondas estão sempre lá, desde que a vontade de surfar também esteja!
Paradoxalmente, a vida é feita destas pequenas ironias, enquanto procuro uma outra onda a nível profissional, vou aproveitar para, entre outras coisas, me dedicar nas próximas semanitas a entrar dentro de água mais vezes, aproveitando para recuperar nas verdadeiras ondas, algum do tempo que a onda comprida acima referida por vezes ocupava...

O primeiro susto...

...dá voltas e voltas... já dizia a música!!!

E é bem verdade...este fds de "altas", foi uma decrescente, mas nem por isso menos feliz, aprendizagem...aliás, aprendemos sempre, mais não seja a saber quais são de facto os nossos limites!

Quinta-feira fomos logo para baixo (eu, titi e brunis) com toda a adrenalina de quem tem 3 dias inteiros de surf pela frente! O que nem sempre acontece e que por isso têm que ser bem aproveitados, tendo em conta que a perspectiva do nosso professor e mestre era de que sexta seria o melhor dia! Pois, para mim, ele não errou! Entrei sexta apenas com ele, porque o mar metia respeito, calmo, mas com uns sets muito muito lôcos...Ainda deu para ali, num pico mais à direita do que o costume, fazer uma onda ou outra..neste caso, e outra, porque foi mesmo o que fiz nesse dia! Muito crowd, muitos prós, e eu a atrapalhar, a eles e a mim própria! Resolvi dar descanso à minha ansiedade e ficar de fora a ver quem realmente sabe da coisa.

Sábado, nova tentativa, desta vez fora do pico, a tentar apanhar as esquerdinhas do molho. Sozinha, amedrontada com os sets que se avistavam, e com uma tentativa frustrada, de um drop mais afoito, no qual "embiquei" e tive como compensação uma grande traulitada no lábio, que não me fez mossa, mas fez-me apanhar o tal primeiro susto!!!

Como tal, domingo resolvi não arriscar! Fiz uma pequena fuga solitária, sábado à noite, para me despedir até ao próximo fds, e aí o mar já "falava" mais alto, prevendo um domingo bem mais agressivo. Por isso, domingo, "dropinei" até Lisboa para passar a tarde com o meu afilhado...sem sustos e com grande alegria!

Não será certamente pelo susto, que no próximo fds não estarei lá novamente, a tentar mais uma vez, evoluir, aprender, sorrir…

O meu companheiro bloguista, agora também meu compadre, não sei se pela emoção de ser padrinho, se por razões que me são desconhecidas, anda a fazer com que me torne solitária neste espaço. E acreditem que não é por falta de motivos, porque na escolinha, o meu professor, não faz mais nada senão dizer "Olhem o Tiago...está em grande!!!"... e não é que é verdade!!!

A Tranquilidade do mais recente e promissor Silver Surfer

@Soup "Sabor a Verão"

"Porque quando as guerras, as bandeiras, as religiões, as nações, as cidades, os foguetões, os táxis e a televisão desaparecerem, haverá ainda uma ordem nas coisas, muito para além da ordem dos homens enlouquecidos por poder. Será a ordem do equilíbrio universal, com todas as forças naturais em harmonia. E isso é como surfar uma onda!" (Drew kampion).

Amizade@23-11-2006

...é esta "senhora" a culpada da minha ausência no ciberespaço...e na virtual aventura que é o nosso blog!!! Com a foto em anexo a completar o título do meu post, poderia apenas escrever: "Palavras para quê?!", mas apetece-me dizer mais...ou escrever...Apetece-me escrever que a amizade é um sentimento tão puro como o surf, que (como já disse num post anterior) quando a descobrimos ela será nossa para sempre e dificilmente nos separamos dela!!!

Apesar de não ter havido ondas, ou de existirem de forma inversamente proporcional à minha experiência surfistica, tem sido a tal "senhora" que me tem feito dropar nesta onda que é a vida! O nascimento do Rodrigo (orgulhosamente, meu afilhado…o primeiro!!!) tem preenchido de facto estes últimos dia!

Não me permitiu escrever que bem há 15 dias surfei num domingo de ondas fantásticas, com um sol de Inverno, que só ali, naquele "nosso" canto pode ser absorvido...Nem sei quantas ondas apanhei nesse domingo, muitas mesmo, de manhã até bem depois da hora de almoço, uma constante entrada…remada...drop...esquerda...e aí fui eu, vezes sem conta, juntamente com o meu sorriso constante...Domingo brutal de facto!!!

Não me permitiu porque foi uma "azáfina" (bem feliz por sinal) toda a semana que se seguiu! Porto, ir e vir directa para a maternidade, para receber bem de braços abertos o Rodrigo (neste dia, apenas o pai dele, nosso Yoda, que sorria, como se tivesse apanhado a onda da vida dele...aliás, acho que dificilmente o sorriso dele vai ser maior, caso apanhe mesmo a onda da vida dele!!!)...

O Rodrigo já nasceu, lindo, sereno, maravilhoso, com uns pais tranquilos, felizes e babados...
O resto dos amigos...bem....acho que agora sim poderei novamente remeter para a foto em anexo e dizer: Palavras para quê?!?!...Estamos todos com este sorriso tonto na cara...a "Dropar" esta "onda" que é o nascimento de mais um futuro surfista (será pelo menos esse um dos meus ensinamentos)! Porque a amizade é assim: uma partilha constante, exteriorizada na maioria das vezes por sorrisos como este…

Bem-vindo Rodrigo!!!

Está quase... as águas já rebentaram!

O Rodrigo vem a caminho!
Acabo de receber uma mensagem do nosso Ioda que, juntamente com a muito redonda mamã, já está na maternidade.
Era para ter sido 2ª feira passada... não havia camas... a madrinha estará a pensar, o gajo está à minha espera... e aí vem ela, tresloucada desde o Porto, para ver pela primeira vez o afilhado.
A foto em anexo demonstra o cuidado que a madrinha e a mãe vão ter na educação do rapaz. Como se pode claramente perceber, a madrinha dá uma das primeiras aulas de surf ao rapaz, enquanto que a mãe assiste... e também aprende... altas, deve estar ele a pensar...
Boas ondas na vida Rodrigo!

O Sol (às vezes) só brilha para alguns!!!

É de esperar que já com o Novembro aí (o Axel Rose - "November Rain" - não conhecia certamente S. Torpes!), a chuva, o frio e o Inverno sejam uma constante! Mesmo não o sendo, a maioria das pessoas deixa-se ficar em casa, porque a semana foi chuvosa, o sábado também não ajudou...e talvez o domingo tenha sido igual...para alguns!!! Naquele cantinho que é S.Torpes, depois de um sábado que de facto não ajudou, mas que "brilha" sempre, porque há ondas, mar e prazer em estar na praia e na escolinha, eis que surge um domingo, que me acordou bem cedo, com um sol estrondoso, um mar clássico e um "cheiro" a Verão que não existe em parte alguma...

Depois de espreitar o campeonato que decorria e que fez com que o nosso Ioda não registasse mais uns quantos momentos de glória, "fiz-me" ao mar, e iniciei a minha surfada bem antes da hora da aula...algumas horas de mar clássico, com um drop inesquecível, que (mesmo sem nenhuma manobra a acompanhar) me fez seguir até terra, com um sorriso nos lábios, daqueles difíceis de tirar...

O regresso a Lisboa estava programado para mais cedo, mas aquele sol, aquele dia de "Verão" fantástico, com a diferença de que o crowd existia apenas no mar, fez-me voltar a entrar, em calção e licra, tal era a temperatura, e fazer mais umas ondinhas, para terminar em beleza mais um fds de surf, de aprendizagem, e trazer para Lisboa "aquele" sorriso...

Os meus amigos e "gurus" do surf, bem me avisaram que o Inverno seria diferente ("Se achas que o verão foi assim tão diferente, espera pelo inverno...") mas nunca pensei que fosse assim...O sol, de facto, só brilha para alguns!!!

PS - mesmo com repetições de "desastres surfisticos", as filmagens não enganam e registam grande evolução, grande dedicação e grande "brilho" (tal era o Sol) dos alunos dedicados da nossa escolinha! ;)

Desde que o mar esteja lá....o sol brilhará sempre...para alguns!!!

PS2 - Acabo de escrever este post e começa um fime na RTP: "Sweet November"!...coincidências!!!

Silver Surfer???

fotoshop by Hélio...

Feriado!!!

Afinal, mesmo com o meu regresso a Lisboa, e não podendo estar tantas vezes como estava e como queria, na praia, e a dedicar-me ao surf, é bom saber que, mesmo assim, mesmo mais longe, vale sempre a pena, fazer uma viagem, para desfrutar de um dia de surf!!! Sobretudo, quando, chegados à praia, logo pela manhã, nos deparamos com um mar clássico, um primeiro dia de Novembro, com sol, sem vento, com água a convidar a usar shorts, com apenas os alunos da escola na praia, e com aquele mar, aquela beleza, só para nós, os amantes destes bons momentos!!!
Com pouco mais de meio metro, num set mais atrevido, o mar estava ali, sereno, com linhas perfeitas, a chamar-nos constantemente para aquela onda, aquela surfada!

Apesar de querer começar a treinar os cutbacks, saíram-me apenas uns floaters, numas esquerdas perfeitas, a levarem-me até terra, de cada vez que as surfava!

Depois de dois dias complicados de trabalho, de um regresso a Lisboa para mais uma noitada de trabalho, voltei...com a alma tranquila, pronta para enfrentar a quinta-feira, como se fosse segunda!

Vale de facto a pena, a viagem, pelo prazer daquele dia, daquele momento!

O Titi também brilhou, a aperfeiçoar algumas manobras! Talvez por isso, pela dedicação, pelo prazer que o surf nos dá....fomos o orgulho do professor, tal como ele nos referiu várias vezes hoje!!!

Valeu de facto a pena...

A surfada dos 29!

O fim-de-semana passado troquei (como se fosse possível...) o surf por um "revival" de Fragateira, por uma daquelas noites de doideira, de copos...afinal fazia anos, e já que não consegui surfar, como era o desejado, limitei-me a olhar o mar nesse dia! Respirar fundo, absorver as suas energias e preparar-me para a festa...ele estará sempre lá não é?!
Grande festa...

Este fim-de-semana, já em transe pelos dias não surfados, voltei a surfar, a "dominar" as direitas e a partilhar estes momentos com os meus amigos...é tão bom poder fazê-lo!!!!

Os alunos da escolinha agora têm direito a filmagens! Vêem-se no seu dia de surf, corrigem os seus erros, ouvem os ensinamentos dos professores...e hoje tive direito a filmagem também...Para um mar maior do que ontem, e com o professor a acompanhar todos os meus passos, acho que dei um "pulinho" no surf, com uma melhor percepção da onda e a tentar começar a fazer um "cutback(zinho)" - como dizia a Lia!!!

Foi também fds de estreia do meu fato novo (o primeiro), que os meus queridos amigos me ofereceram nos anos...Foi de facto "o presente"!!! E até diz bem com a minha prancha e tudo! Hehehe... (OBRIGADA AMIGOS!!!)

De facto o Inverno tem outro sabor, quando para além destes maravilhosos amigos, temos também o surf!!!

Ensinamentos Fora D'água

...O fim-de-semana foi, como já dissemos, em grande, surfadas de manhã e ao final do dia, desde sexta a domingo...Domingo menos do que sábado já que o vento não permitiu uma nova entrada no mar para finalizar o dia! No entanto, aprendi tantas outras coisas... Vergonha das vergonhas, mas não para uma surfista como eu (tão primária), vi pela primeira vez, ou pelo menos a primeira vez que me lembre, o filme "North Shore" (é isto certo?)! Os meus gurus colocaram-me em frente à tv da escolinha para uma dose de aprendizagem fora do mar! Filme antigo...de 87 creio...mas com uma grande lição para uma surfista como eu!!! Que de facto não andamos aqui para ganhar, competir, ou "dar espectáculo" (a idade também já não me permitiria chegar a tanto), mas simplesmente por alma e coração...fazemos o que gostamos, pelo puro prazer que temos, em saborear, de todas as vezes que entramos no mar, toda a sua beleza...Como é que se pode pensar em competição, quando estamos no outside, com um pôr-do-sol magnífico à nossa frente e apanhamos a última onda do dia...perfeita, que nos leva de volta a terra, mas nos diz baixinho um até já!?!

Mais uma volta no carrossel da vida

A semana passada estive de férias, mas passei a semana em Lisboa a (re)organizar a minha vida, a minha volta, o meu regresso!

Só sexta-feira apareci na escolinha ao final do dia, apenas para dizer um olá! Acabei por iniciar ali o meu fds de surf, de "despedida", tendo em conta que estava de regresso à Capital e que aqueles fins de tarde a meio da semana iriam acabar...ou pelo menos iriam ficar em stand by, como prefiro pensar! Sexta foi de facto giro! Já na presença do meu professor que me dá aquela segurança... Saí da água já era de noite, apanhei poucas ondas, mas valeu a pena...lavei a alma...

O resto do fds foi passado também ali, naquele lugar mágico, agora a minha "casa", onde estou bem, onde me identifico... engraçado... é mesmo mais uma volta no carrossel!!!

Sábado foi sem dúvida um grande dia de surf, aulinha de manhã com ondas perfeitas para mim...umas direitas magnificas ao fim do dia que me fizeram ficar com um sorriso estúpido até à bem pouco tempo... Domingo menos surf, mas vários ensinamentos e duas ou três direitas mais, a impressionar até alguns espectadores mais exigentes!!!

Foi bom ter de volta o Titi nas aulinhas, mesmo que a sua companhia no mar já seja uma constante...

Voltei a Lisboa, domingo, sem o stress do final de fds, das malas para fazer e desfazer, da falta de estacionamento e sobretudo da "segundafeirite"...voltei...com o mesmo sorriso estúpido de sábado...De facto, se em alguns casos existem coisas que queremos e não podemos ter ou controlar, que nos fazem ficar menos felizes...há certamente outras que ninguém nos tira, que nos preenchem a alma e que nos fazem estupidamente felizes...o surf e toda a sua envolvente, é sem dúvida uma delas!

De volta à escola...

Depois de uns quantos fins de semana de ondas grandes e ego lá em cima, que culminaram com a prancha partida e o ego desfeito, nada melhor do que voltar à realidade bem humilde da aprendizagem na escola, para perceber que podemos sempre evoluir mais, que não sabemos nem dominamos tanto como pensamos, que temos sempre muito para aprender, no surf, como em tudo na vida.
Após mais um excelente fim de semana com boas ondas, pequenas mas perfeitas no sábado, maiorzitas mas com vento no domingo, está claro que ter perdido peso contribuiu de forma significativa para dar um salto importante na minha evolução surfística.
De facto não foram só as ondas grandes que apanhei em fins de semana anteriores, mas a quantidade de ondas que consigo hoje apanhar, e, não menos importante, a fase em que hoje começo a remar e entro na onda, bastante mais cedo, permitindo drops mais suaves e controlados, em ondas para as quais há pouco mais de um mês eu nem sequer tentaria remar.
Este fim de semana foi para mim por demais evidente este último factor. Ao ter uma pessoa nas aulas a dizer "vai agora, rema", em ondas em que eu pensava que não conseguiria ter remada, mas em que na maioria acabei por entrar, fizeram-me ver que de facto se aprende muito com quem sabe, mas também que hoje eu consigo "fazer-me" a ondas que antes nem com braços a jacto lá chegava...
Talvez também por isso consegui surfar a sério pela primeira vez no L-point. Com 1 metro sólido nos sets, não só consegui apanhar 8 ou 10 ondas em 2 horas, e aí o professor até estava cá fora, como sobretudo me senti bem, seguro, com power para aguentar bem aquele drop, aplicar o bottom e depois aproveitar a maravilhosa boleia, fugindo ao "manhoso" e remando para fora de seguida. Mesmo quando caí no drop, ou quando a onda fechou e não me permitiu ir para a esquerda, tive sempre muita confiança, alicerçada também no que sinto ser hoje uma melhor condição física.
Foi um bom "regresso às aulas", num registo algo diferente dos que vinha tendo ultimamente dentro de água, por um lado menos tranquilo, com o resto da turminha da escola à volta, mas por outro, a permitir absorver melhor os vários ensinamentos que nos permitem evoluir de cada vez que entramos na água, venham eles do professor ou do mar.
Para o ano quero muito fazer uma surftrip, se possível para um destino com ondas de muita qualidade. Passar 7, 10 ou mais dias a surfar e a divertir-me com a malta. Maldivas seria excelente.
Quase toda a gente me diz que já será na boa, que irei curtir altas ondas se formos às Maldivas. Talvez tenham razão, sobretudo quem já lá foi e conhece bem o meu surf nos últimos 2 anos.
A verdade é que daqui até lá ainda faltam uns meses e eu quero ter a certeza de que realmente vou curtir altas, e para isso, seguramente que melhorar ainda mais a forma a física e umas aulas extra serão uma boa ajuda!

Fracturas

Já não postava há vários dias, a vontade não tem sido muita, depois de a prancha se ter partido ao meio.
Valeram, no meio da má disposição, mais algumas lições.
Uma sobre mim, sobre a ansiedade de querer apanhar a onda sem ter a calma, a paciência, a sabedoria, de saber esperar pela onda certa, pela maior do set... não só para apanhar a maior, mas também para que a mesma não me caia em cima, ou neste caso, da prancha...
Outra sobre o mar, mais uma vez, sobre a sua força, o seu poder, a sua indiferença aos nossos erros dentro de água...
Outra sobre os amigos, os verdadeiros, quer os que nos apoiam e percebem a frustração do momento, quer os que nos dizem a verdade na cara, mesmo quando se calhar não a queríamos ouvir...
Ontem falei com o Hélio, para tratar do arranjo da prancha, que me disse que se calhar até teria a prancha para o próximo fim de semana. Pode até nem estar pronta sábado, mas a verdade é que a azia que ainda restava por causa deste assunto passou em definitivo.
Neste caso a fractura terá, em princípio, conserto, pelo que de facto não valia a pena tanta azia, "o mundo não tinha de facto acabado", tal como não acaba se afinal a prancha não puder ser reparada. A verdade é que não consegui evitar sentir-me como me senti... afinal era a minha prancha e em parte eu senti-me culpado!!!
Talvez precise de meditar mais, eh eh eh!!!
Com a minha prancha ou com outra, este sábado voltarei à praia, ao mar, na companhia dos meus amigos.
Isso, mais do que qualquer prancha, é o mais importante!

Mais um obstáculo ultrapassado!

Oito da manhã…Domingo…Lá fomos nós para mais uma matinal….o dia prometia, apesar de não estar muito confiante, de não ter a presença do meu professor…lá fui…marzão…”Entras junto ao molho, tens como referência a placa amarela, a escola, e vai correr tudo bem”…De facto correu, não sei se da meditação ou não (começámos todos um curso de meditação há uma semana atrás!!!) mas a verdade é que estou aqui hoje a escrever este post, orgulhosa por ter ultrapassado mais um obstáculo nesta grande aventura que é, para mim, o surf!

Não queria mesmo ir para o outside, o rabinho das esquerdas do molho estava mesmo bom para mim, mas não esperava uma corrente tão forte como a que encontrei, que me fez fazer tudo o que me ensinaram a NÃO fazer, e que por isso me fez ficar ali, a remar no mesmo sitio, durante alguns minutos (eternos para mim)! Deixei-me ir, para o outside, visualizando toda minha vida em segundos :) tal era o susto! Lá fora, apanhei com toda a garra a onda que lá veio. Talvez tenha sido o drop mais rápido da minha vida de surfista, tal era a pressão para sair, com todo o respeito que tenho pelo mar, mas que naquele dia, estava bom para ser surfado, não por mim, mas por aqueles que o sabem fazer com confiança e experiência!

Foi de facto uma aventura, ultrapassada, mais um ensinamento, marcada também pela surfada do Titi, que entrou com uma prancha e saiu…com duas! Deixa lá….como dizia um amigo teu: “Um verdadeiro surfista tem sempre que partir uma prancha!!!”….Para mim, é sinal que estiveste lá, sem medo, com respeito…mais um ensinamento também!

Espero que este Inverno me traga ondas mais calmas para continuar sem medo e com a mesma dedicação!..Pelo menos lá estarei, todos os fins-de-semana para no mínimo…olhar para o mar!!!

Reviravoltas

Hoje almocei na esplanada do Trinca Espinhas! Algo que durante um ano pude fazer, sempre que me apeteceu, e que vou deixar novamente de o fazer (pelo menos durante a semana e quando me apetecer), tendo em conta que voltarei para Lisboa em breve!

Hoje pela primeira vez após ter tomado esta decisão, senti-me triste por ter sido esta a minha decisão…voltar novamente à capital, o que eu queria, novo emprego, novos desafios, mas de facto, longe do mar e do que ele me ensinou durante este ano de pura descoberta.

O mar estava gigante hoje, bravo e rebelde, parecia condizer com o meu estado de espírito…mas não…estava apenas como sempre esteve, ali, mais rebelde de facto, mas pronto para ser invadido por nós e pela paixão que temos por ele!

É bom saber que o mar estará sempre ali, mesmo que não seja para surfar, mesmo que seja apenas para admirá-lo e mesmo que seja apenas aos fins-de-semana…mas aquele encanto...ninguém nos irá tirar…

É impressionante como saio sempre daquela praia com um sorriso nos lábios…

Nunca é tarde...

...para mudar, para surfar, para viver!!!

O título é de uma entrevista que veio na SurfTotal, enviada por um amigo meu, e que fala sobre uma "surfista" de 31 anos que, apesar de ter descoberto o surf apenas há 3 anos, resolveu abdicar da vida que tinha para se dedicar a esta nova descoberta e ao que realmente lhe dava prazer fazer...apenas pela diversão, pela emoção, pelo momento...

Isto aplica-se ao surf e a tudo o resto que fazemos...a vida é de facto tão curta que se não a aproveitamos com o que mais nos dá prazer, acaba por não fazer sentido "andarmos por cá"...

O título aplica-se também a uma conversa que tive ontem com o mesmo amigo, que me questionava se eu não achava que tinha descoberto tarde demais o surf! De facto, olhando para as ondas que a pequena Matilde (de 7 anos apenas) fez hoje naquele mar (onde eu apenas fiz uma onda, a da saída) penso que se tivesse começado com a idade dela, talvez hoje fosse um Slater versão feminina, mas a verdade é que não penso nisso...vivi (e vivo) todos os momentos da minha vida com tanto prazer e intensidade, que esta fase, este momento, é de facto mais um...o mesmo prazer, a mesma intensidade...aplicado agora ao surf e a todas as maravilhosas sensações que o envolvem…A pica e a adrenalina com que o vivo é de facto por considerar que a vida é feita de momentos e que nós os devemos aproveitar sempre como se valessem uma vida…sempre!!!

Hoje, como disse, fiz apenas uma onda, ontem quatro, quatro ondas fantásticas (ainda estou na fase da contagem das ondas...) que me fizeram sorrir todo o dia, mas a onda de hoje, foi preenchida também com um belo dia de sol, de leitura na esplanada, de relaxamento, de admiração por quem estava no mar, e eu a observar, por um final de dia fantástico, com a chuva a anunciar o fim do Verão, mas sobretudo com o mesmo sorriso e com a sensação de que vivi mais um momento, mais uma etapa, mais uma descoberta (...mais uma vida…)!

De facto nunca é tarde...para descobrir, para viver, para fazer o que realmente nos dá prazer!!!
...o surf foi sem dúvida uma grande descoberta...

Emoções fortes!

Confirmou-se, altas ondas durante o fim de semana passado e para todos os gostos e feitios!
Domingo foi de facto o dia das maiores, e, após adiados os compromissos familiares, afinal consegui lá estar!!!
E ainda bem, domingo apanhei as maiores ondas da minha vida, pelo menos assim as senti... provavelmente já estive várias vezes dentro de água com o mar daquele tamanho, 1,5m com os sets a entrarem com... não sei, para mim era tamanho de besta..., sobretudo estando de longboard... respeito, receio, prazer puro e admiração tudo junto... provavelmente até já tinha dropado 2 ou 3 vezes ondas daquelas, mesmo as de set, só que, até domingo, nunca antes tinha ficado em pé após o drop em ondas assim, descendo a onda a uma velocidade impressionante e de uma altura que, visto de fora, e lá dentro também, metia respeito!
Hoje, passados 4 dias, ainda sinto essas 4 ondas (sim, só 4!!!) de cada vez que fecho os olhos, ainda me vejo a olhar para baixo na altura do drop e a pensar, já está, vou apanhar uma bem grande... ainda sinto a energia da massa de água atrás de mim após o drop, a levar-me até à zona onde a onda fechava e a felicidade extravasava!!!
Foram só 4 ondas, em 2 horas dentro de água, o que significa que estive muito tempo a remar, a corrente era forte e afastava-nos do pico constantemente, e que apanhei também uns valentes caldos, quer quando falhava o timing da onda e a seguir levava com a seguinte em cima, quer quando a corrente era mais forte do que eu e me levava para fora do pico, com o set a fazer depois o seu trabalho de vassoura gigante, seguido de máquina de lavar... Ainda assim, essas 4 ondas significam para mim um novo registo, um novo vício dentro do próprio surf, o de surfar ondas assim, que para mim são de facto grandes.
A adrenalina associada a estes momentos é impressionante, provavelmente ainda mais significativa por ter sido a primeira vez, mas sem dúvida que é um complemento muito especial ao prazer de escorregar suavemente nas ondas.
Óbvio que a noção das condições, e sobretudo o conhecimento da praia, ajudou bastante. Dificilmente eu entraria naquele dia noutro local e com aquele tamanho. Perceber a corrente, a cadência dos sets, que ainda assim por vezes me "enganaram", e a localização ideal para esperar, foi fundamental para que apanhasse as ondas que apanhei e não tivesse saído de dentro de água estoirado, sovado e ainda mais humilde face ao mar e à natureza... Ainda assim, aprendi umas coisas enquanto esperava...
O Bruno e a Raquel partilharam este momento comigo, de início fora de água, mas depois também lá dentro, cada um dando o seu melhor e superando também eles os seus próprios receios. Apanharam umas ondas, apesar do tamanho e sobretudo do crowd, que entretanto tinha aumentado consideravelmente à medida que a manhã avançava e a maré enchia. O Bruno apanhou inclusivé umas bombas lá fora, ainda que o pionés encarnado lhe tivesse roubado literalmente o "protagonismo" em 2 ou 3. Qualquer dia serás tu a dropiná-lo, gajos assim não aprendem...
Não houve fotos, é um facto, mas a cara deles quando eu saí... estavam quase tão felizes quanto eu, pelas minhas ondas! Dificilmente eles esquecerão também este dia, o que é mais uma prova de que por muito individual que o surf seja, sobretudo quando estamos lá dentro a enfrentar sózinhos o mar, a verdade é que é ainda mais especial quando partilhado, e da forma como nós o partilhamos!
Sábado também foi alto dia de surf, para nós os 3 aliás, creio que cada um de nós apanhou pelo menos o triplo das ondas do que no domingo, o mar estava ligeiramente mais pequeno, fechava menos e, não menos importante, assustava menos.
Eu devo ter apanhado mais de 20 ondas, muitas delas tão boas como as melhores que já fiz (ultimamente estou sempre a dizer e escrever isto, que fiz as melhores da minha vida, mas é verdadeiramente o que sinto...).
No entanto, as emoções fortes de domingo fazem com que 1 onda apenas desse dia, valha por todo o meu dia de surf de sábado!!!

Elas estão a caminho...parte II

Eu também estava bem nervosa...tendo em conta que estava certa que nem iria entrar no fim-de-semana...dada a grandeza das ondas que se avistavam para estes dias!
Agora descansei, Rei Artur, no dia em que vai ser operado e que estamos aqui todos a torcer por ele, ligou-me a tranquilizar-me (perguntei-me se não seria eu que deveria estar a fazer esse papel, dado que é ele que vai à faca) e a dizer-me que certamente daria para eu entrar, tal como há uns fds atrás!

Obrigada Rei e Força...as ondas de sábado, a apanhá-las, serão para ti! :)

O facto dos meus restantes companheiros de surf também estarem presentes todo o fds vai ajudar a que o meu "friozinho na barriga" fique mais neutralizado!

Espero estar a "postar" segunda-feira...sinal que estiveram "ALTAS" e eu estive lá!

Elas estão a caminho...

Até estou nervoso, altas ondas a caminho para o fim de semana... domingo parece que vai ser ainda melhor que sábado... e eu este fim de semana terei mais um compromisso familiar no domingo... argh, a 300 kms das ondas e dos amigos em S. Torpes...
É o terceiro fim de semana consecutivo em que ao domingo não poderei surfar... isto tem que acabar!
De qualquer forma sábado estarei lá, para me divertir a dobrar, pelos dois dias...

P.S. Esta sexta feira o Ioda é operado, espero que daqui a alguns meses possa estar dentro de água com a malta, tal como aconteceu com a rápida recuperação do Brunito!!!

O centrinho...num "postinho"

Desculpem, mas como "membra" fundadora deste blog, acho que tenho o direito a um post de protagonismo. Será este, com esta foto, que babo de cada vez que olho para ela!
Desculpem, mas tem que ficar registada...pode não ser nada para a maioria dos surfistas, eu sei, mas para mim foi o meu momento de glória!!!
Mais uma vez...obrigada Rei! e desculpa Brunis...hehehehe...que sei que enquanto isto, fazias a onda do dia...a direita que não foi fotografada, mas que não será esquecida!

Matinais

Adoro matinais!
A leveza com que me levanto, por poucas que tenham sido as horas na cama, a vontade e a energia com que pulo da cama para surfar, são de facto enormes, mesmo quando comparadas com outras situações na vida que me fazem levantar também com energia.
Sábado passado dormi pouco mais de 4 horas, após uma dura semana de regresso ao trabalho, mas mesmo assim, às 06.30h, acordei com uma pica monumental e lá fui com o Brunito e a Rache para S. Torpes.
A praia estava de facto linda áquela hora, o sol quase quase a nascer, vento inexistente, céu totalmente limpo, 3 pessoas dentro de água, ninguém na areia a não ser o senhor que guia o tractor da limpeza, e, não menos importante, linhas perfeitas com pouco mais de meio metro desenhavam-se no horizonte, com sets de 3 a 4 ondas a entrarem perfeitos, a quebrar bem para a esquerda e ainda melhor para a direita.
Creio que, após absorver todo este cenário, demorei menos de 5 minutos a entrar dentro de água, entre vestir o fato, passar um wax atabalhoado e correr pela areia a fora até sentir a água nos pés.
Ao fim de 20 ou 30 minutos tinha feito 4 ondas, todas tão boas, tão gratificantes, que senti nessa altura que se saísse da água naquele momento e voltasse a Lisboa, donde tinha vindo na noite anterior propositadamente para surfar, já teria valido a pena...
Estava de facto muito bom, os sets eram ligeiramente maiores do que parecia de fora, o mar tinha força e estava aquele cheiro que só de manhã se consegue sentir... além disso, só estávamos 6 pessoas na água, a dar direita e esquerda, era só escolher...
Saí da água pelas 09.30h, após mais 2 ou 3 ondas, cansado, mas com um brilho intenso nos olhos e um sorriso de orelha a orelha!
Quando, pelas 10 horas, a maioria da malta começou a chegar à praia, e já depois de absorver os sábios conselhos do Arturito, descansei a olhar para o mar, ele ainda perfeito, eu calmo, agradecido, satisfeito, feliz... partilhando esse momento único com o Artur, o Bruno e a Rache.
Ainda entrei mais 2 vezes, antes e depois de almoço, ambas com boas ondas e divertido, apesar de algum vento que entretanto se levantou, acabando por voltar para Lisboa pelas 17.30h.
Foi um dia de facto excelente, seguramente um dos melhores dias de surf que já tive, com o conjunto de 4 ondas na mesma surfada com que mais delirei, numa matinal verdadeiramente inesquecível!

Bem-vindo....PhotoSurfer....

Palavras para quê?!?!!?
Temos mais um membro...e esperamos o seu primeiro post!
Que sejas muito bem-vindo!

...A descoberta de que é estupidamente simples ser feliz...

Foi este o mote principal para o início do nosso blog! É assim que realmente nos sentimos quando nos despedimos do mar com um até breve, depois de uma surfada! É de facto estupidamente simples ser feliz!

Este fim-de-semana este sentimento absorveu todos os meus pensamentos, porque este fim-de-semana, tive a sensação plena de que era uma verdadeira surfista! :)

Sexta-feira, após a chegada dos meus companheiros de surf, planeámos a saída para as 6h50 da manhã seguinte. O dia ia ser perfeito!

Naquele café junto à minha casa, éramos os únicos que àquela hora nos encontrávamos eufóricos, sorridentes, conversadores, com todo o entusiasmo de quem iria ter um grande dia de surf. Nessa noite pouco dormi...ansiosa pelo dia, com o receio normal de quem não domina por completo todas as suas emoções…

Chegámos à praia poucos minutos depois das sete, e confesso, que é indescritível o cenário com que nos deparámos…Creio que poderá levar o meu companheiro bloguista a escrever um novo post, porque eu não o consigo fazer…

O que eu queria transmitir, é que este foi um dia pleno, de emoções, de sensações, de aprendizagem, de alegria…este foi de facto o meu dia mais completo de surf! Foi de facto, estupidamente simples ser feliz!

A todas estas sensações, acresce ainda o facto de sermos privilegiados, não só porque a Natureza nos abençoou com este dia magnífico e com este local mágico que é S.Torpes, como também porque temos a sorte de registar todos estes momentos, não só na nossa memória, como também em fotografia! Porque a toda esta energia de quem vai surfar, junta-se normalmente e em quase todos os bons dias de surf, a energia de alguém que vai para registar, para apoiar, para criticar com todo o conhecimento que lhe é reconhecido…

É a essa pessoa, especial para todos nós, importante pela sua forte presença, pelo seu espírito e pela sua amizade, que eu hoje dedico este post! É com ele que aprendemos a corrigir os nossos erros, é com ele que sorrimos com as nossas performances, e é com ele que eu revejo todos os momentos de evolução do meu surf tão primário, mas tão esforçado! Mesmo que sozinha, algures no molhe, distanciada dos demais prós que no pico tentam a sua onda perfeita, ele apanha e regista os meus melhores momentos!

Obrigada REI por existires e por me ajudares a crescer e a ter cada vez mais vontade de ser estupidamente feliz!

Ready to go...?

Agosto, Agostinho, Surf, Surfinho

Já está, o agosto para mim já passou, quando voltar à praia já será setembro!
Espero que setembro marque o regresso das ondas a S. Torpes, já que este mês de agosto creio que não apanhei mais do que 20 ondas junto ao molhe, somadas as 2 ou 3 vezes em que eu e a prancha partilhámos o liquído quente daquela praia. Para quem lá esteve todos os fins de semana do mês e ainda 15 dias em férias, é pouco, muito pouco.
Bem, de qualquer forma, agosto foi ainda assim um mês com algumas surfadas, mais descontraídas na maior parte dos casos, sobretudo na 2ª quinzena, porque estive de férias, e claro, porque nessa altura a 2ª feira não exercia a pressão que normalmente me faz estar dentro de água mais tempo do que a força nos braços aconselha... "é só mais uma!".
Agosto foi sobretudo mês de Aivados, mas também de Malhão e até de uma entrada inédita na Lagoa... e foi também um mês dedicado à família e aos amigos menos surfistas, mais nocturnos... para aproveitar da melhor maneira a falta de ondas!
De qualquer forma, a imagem que me fica deste mês é de um mar de gente a banhos junto ao molhe, ondas em número igual aos nudistas nessa praia... e, por outro lado, praias fantásticas e quase desertas a serem por mim bem aproveitadas, sem ondas é certo, mas com os amigos e a família como excelente companhia.
A verdade é que olhando para trás não surfei tanto quanto gostaria nestas férias, mas fiz outras coisas e aproveitei bem. Há tempo para tudo.
A ausência de surf neste mês concidiu também com a ausência de escrita neste espaço (este é o primeiro post do mês cá do Titi), provavelmente uma coisa tem que ver com a outra...
Parece que as previsões apontam para umas ondas em S. Torpes neste fim de semana, conto estar lá para ver e aproveitar caso se confirme, assim como relatar aqui depois o que me vier à cabeça!
Para finalizar, e porque o incentivo para escrever também veio desse lado, registo com enorme orgulho a evolução do surf da Rache, apoiada numa enorme força de vontade e puro prazer nas ondas. Seguramente não faltará muito para a ver a dominar o pico!

Fim de Férias

Fim de férias!

Hoje terminou a jornada dos mais de 15 dias sem trabalhar, de praia, diversão e como dizia no post que iniciou as minhas férias, de aprendizagem e dedicação.

De facto foi um verão diferente, menos saídas à noite, mais praia de manhã, e sobretudo uma busca constante de ondas para surfar. Várias vezes rezei aos santos para que terminasse o Agosto e viessem os meses seguintes, com menos banhistas e sobretudo mais ondas... Apesar de não ter sido fácil encontrá-las neste mês "flat", ainda consegui ultrapassar a má experiência que tinha tido no malhão, e conhecer o mar dos aivados com umas ondinhas muito fixes!

Ironia do destino, hoje, ultimo dia de férias, saio de casa já tarde e encontro-me com o meu vizinho que dá aulas na escolinha, que me diz que em S. Torpes está zero. Peguei na trouxa e rumei à Lagoa para fazer um dia de praia normal...queimar os ultimos cartuxos de banhos e passeios em biquini!!! Ao mesmo tempo que se faz um balanço de tudo o que fizemos durante este periodo, de todas as ondas que apanhámos...e quando damos por nós estamos nostálgicos e a pensar numa desculpa para dar já amanhã, e não ir trabalhar...foi assim que me senti quando deixei a lagoa atrás de mim e entrei no carro, mentalizada que amanhã, depois de mais de 15 dias, acordaria cedo, mas não era para surfar!

Ironia do destino, hoje, ultimo dia de férias, quando entro no carro mentalizada que amanhã, depois de mais de 15 dias, acordaria cedo, mas não era para surfar, recebo uma mensagem do meu professor: "Altas"!!! Foi o suficiente para que os meus olhos brilhassem, o meu sorriso se perdesse no meu rosto e todos os pensamentos nostálgicos que me preencheram a tarde, fugissem para longe, muito para lá do outside!

Peguei na prancha e fui até S.Torpes! Mar clássico...Esquerdas fantásticas e um por do sol inesquecivel, a desaparecer, lentamente por detrás do molho, como que a dizer-me até amanhã...Com algumas ajudas do professor, fiz as ondas suficientes para poder surfá-las por aqueles que não estiveram lá, mas que me acompanharam na evolução, dedicação e partilha ao longo destas férias! Este dia foi também para vocês!

Ironia do destino, hoje, ultimo dia de férias, consegui esquecer que amanhã é dia de trabalho, consegui voltar para casa deixando a nostalgia algures no infinito, consegui estar aqui até agora, com um sorriso nos lábios a pensar mais uma vez que é estupidamente simples ser feliz!!!

Foi de facto um Verão diferente...

Sun Tzu@Aivados 2006

Apesar de ainda não teres aceite o nosso convite, aqui fica o registo de um dos muitos verões que iremos partilhar, algures, entre uma onda e outra!

Sensações

Sexta-feira passada recebi o telefonema do Hélio a dizer que tinha a minha prancha pronta! A minha nova prancha....a minha primeira prancha! Fiquei tão contente que mal consegui trabalhar o resto da tarde, só a pensar em ir buscá-la e sobretudo experimentá-la!

Chegou esse momento e lá me deparei com aquela tábua, grande e cor de laranja, a dizer comigo, nada de flores, nada de "meninices", um desenho abstrato, forte, laranja, muito muito giro! Levei-a dali directamente para S.Torpes, o mar estava perfeito para a experimentar...

Fiz poucas ondas, mas soube-me muito bem, estar ali, agora com a minha prancha, partilhá-la com o mar...sensação única...

Sábado combinei ir cedo com o Titi, não consegui ir tão cedo como ele, e quando cheguei à praia, por volta das oito, deparei-me com um cenário fantástico! Apenas eu, o mar e meia dúzia de pessoas que não fazendo surf, gostam de aproveitar o dia logo pela manhã. A areia ainda estava lisa, sem nenhuma pista de violação humana!

Seria a primeira vez que iria entrar sozinha, o mar estava muito pequeno (talvez por isso tenha entrado), mas tinha apenas duas alternativas: ou me ia embora, frustrada por nada ter acontecido, ou aproveitaria aquele momento, tinha fato, prancha, e o mar só para mim, apesar das poucas ondas existentes...entrei...curti...e saí com sensação de dever cumprido! Fui para Lisboa ainda mais feliz!

Amanhã entro de férias....Será certamente um Verão diferente! Recheado de bons momentos! Constante aprendizagem e dedicação...

Boas férias, boas ondas, boa vida!

Pranchas vs Evolução

Alta prancha que experimentei ontem de manhã, a nova "arma" do Brunito é mesma uma máquina.
Parecia que me tinha dado um click e de repente, um salto na evolução. Apanhei mais ondas do que se fosse com a minha em condições semelhantes, logo na 1ª vez que surfei com a prancha, sem habituação. Boa velocidade, muito manobrável e sem perder em flutuação, quando comparada com a minha.
De tal forma que não resisti a voltar a surfar com ela ao final do dia, e ainda bem que o fiz, altas ondas, em condições não tão boas como de manhã... mas com uma excelente aliada!
Incrível como a comparação nos pode, de repente, fazer ver as coisas de uma perspectiva bem diferente...
Mais uma lição, tal como é importante experimentar praias, mares e ondas novas, também é importante experimentar outras pranchas, outras linhas, outras "magias".
De resto, mais um dia para recordar, no album sálgado da nossa existência.
Uma matinal muito boa, com a praia só para mim e para o Bruno, como que um presente da natureza a dizer, tomem lá, o esforço compensa.
A meio do dia uma surfada com a malta quase toda, sempre divertido.
E, para fechar em grande, um final de tarde com a Rache (e a prancha do Bruno...), com umas ondinhas engraçadas, para cada um de nós poder dizer adeus ao sol e obrigado ao mar!
Quando cheguei a casa, cansado, quase exausto, mas completamente nas nuvens, revi mentalmente um dia em que entrei na água às 08.30h com o Bruno e por outro lado saí às 21.00h com a Raquel. De manhã fomos os primeiros a entrar e surfar aquele mar de verão, pequeno, quente e glass, antes de se levantar vento. À tarde (quase noite), com menos ondas, menos tamanho e com algum vento, não fomos mesmo os últimos porque ainda lá ficou pelo menos 1, mas por pouco tempo, porque já com o sol posto sobravam poucos minutos de claridade.
Foi um dia lindo! Ondas, sol, amigos, mar quente... chega a ser simples demais sorrir de felicidade ao final de cada dia!

Obrigado Natureza!

Sábado:
11.00h, S. Torpes, flat.
11.30h, Aivados, vento e mar desordenado.
12.00h, Malhão, vento e mar desordenado.
12.30h, L-point, maré já muito cheia.
Após 100 km`s e vários picos checados, há que voltar para casa, resignados (eu e kabrita), até porque as previsões não eram de facto as melhores. Parte boa da coisa, sobrou muito tempo para estar o resto do dia com a família!
Apesar de tudo, ainda tentei ao fim do dia à porta de casa...
20.00h, Vacaria, muito vento e o mar num caos.
Resumo do dia, alguns km`s, muita Joana e descanso qb.

Domingo:
09.00h, Vacaria, 1m, a fechar ligeiramente, mas com altos drops e com 1h30 de pura adrenalina!
12.00h, S. Torpes, 0,5m, sets maiores, algum vento, esquerdas e direitas para o crowd curtir, eu mais para as esquerdas, boas, durante 2h, com muita gente, mas quase todos amigos, muito divertido! Sol, água quente, creme na cara e surfar de licra e calções, viva o verão!!!
17.00h, S. Torpes, mais direitas do que esquerdas e sobretudo o vento a fazer das suas, mais 1h com amigos, mas com menos ondas, ainda assim a valer a pena, ainda assim de calções!!!
Resumo do dia, muito surf, sol e um sorriso enorme na cara que vale por todo o fim de semana e que provavelmente vai durar mais alguns dias...

Obrigado Natureza por compensares em dobro num dia o que não nos deste no dia anterior!

(Re)encontro!

Quando fiz cinco anos o meu avô ofereceu-me a minha primeira bicicleta. Na altura nunca tinha andado, era um grande desafio. Comecei por ter duas rodinhas de apoio, uma rodinha apenas, a mão do meu pai a apoiar depois de ter tirado as rodinhas…uma evolução constante. Há uns anos atrás, após ausência total de andar de bicicleta voltei a fazê-lo sem problemas.
.....
Depois de algumas semanas sem surfar, devido a constrangimentos de trabalho e até de alguma falta de animo, depois de uma experiência menos boa no Malhão, voltei à praia, voltei a surfar…e saí da água muito feliz. Fiz duas direitas muito boas...Afinal o ditado aplicava-se…algumas coisas na vida são como andar de bicicleta (apesar de, para mim, não haver termo de comparação entre uma e outra).

O mar estava excelente. Condições perfeitas para uma novata como eu.
Ás vezes esqueço-me que tenho poucos meses de surf, e que tal como andar de bicicleta, levamos algum tempo para aprender, para evoluir, para fazer as manobras mais complicadas, nunca esquecendo o que já aprendemos antes. É preciso é ter vontade e aproveitar o que a vida nos dá…Uma imensidão de mar, a sorrir para nós todos os dias, pronto para ser invadido pela nossa vontade de o abraçar!

Ontem saí muito feliz (tendo em conta os dois únicos estados de espírito que nos invadem depois de surfar)! É reconfortante, olhar para o lado e ver o molho ao pé de nós, depois de ter feito duas ou três ondas muito boas!

S. Torpes tem de facto aquele brilho!!

Altas!!!

E a certeza de que é estupidamente simples ser feliz!!!

Vacaria power

em complemento ao post de 03/07/06

S. Torpes classic

Pura magia...

Destino

Eu acredito que cada um de nós pode, na maioria das vezes, traçar o seu próprio destino. Acredito que desde que nos esforcemos muito e da forma correcta, as coisas acabam por acontecer a nosso favor. Nem sempre é assim, óbviamente, provavelmente porque por vezes não nos esforçámos o suficiente, ou porque não nos esforçámos da melhor forma. Ou então, pura e simplesmente, porque de facto, em algumas situações, o esforço só por si não é suficiente, e nesses casos, por muito que nos esforcemos e desejemos, não depende de facto só de nós.
A semana passada, por exemplo, foi vivida por mim desde 2ª feira com a preocupação constante sobre a forma que havia de arranjar para surfar no fim de semana, entre afazeres e compromissos vários. Após alguma habilidade a arquitectar a melhor forma de conjugar tudo, foi necessário também um grande esforço para me conseguir levantar ontem pelas 06.30h, um domingo... sobretudo depois de nas últimas 3 noites ter dormido muito pouco, com despedida de solteiro e casamento pelo meio. A verdade no entanto é que, apesar das dificuldades, consegui fazer o que queria, meti-me no carro com o Bruno, ainda ensonados saímos de Lisboa directo ao Alentejo, apanhámos as pranchas em S. André, fomos checar a Vacaria e S. Torpes, e acabámos por entrar primeiro no Malhão e depois nos Aivados, dadas as más condições dos points anteriores. Pelas 4 da tarde já estava de volta a Lisboa e a casa, quase a adormecer com o cansaço, mas bastante satisfeito com a surfada, e a postos para cumprir com as obrigações familiares...
São estas situações, em que fazemos quase 400 km`s, mal dormimos, ficamos todos estoirados, mas atingimos o nosso objectivo, que me levam a pensar que podemos, na maioria dos casos, definir o nosso próprio caminho.
Hoje lembrei-me de escrever sobre este tema porque ultimamente desejo muito uma coisa, que é de difícil concretização, mas para a qual creio que me esforcei muito. No entanto, neste caso em concreto, o "destino" não depende de facto só de mim, e de momento resta-me esperar para saber a decisão, pois a mesma já está tomada, só que ainda não é conhecida...
Esta espera, esta indecisão, e sobretudo o facto de não poder fazer nada neste momento, de não me poder esforçar, deixam-me frustrado e ansioso pela notícia, um pouco como quando olhamos para as previsões a meio da semana e pensamos, "talvez dê, vamos esperar para ver", e temos que aguardar por sábado de manhã para olhar para o mar e confirmar, a alegria de ver linhas a formarem-se no horizonte, ou a desilusão do mar liso e calmo.
Escrevo pois para ajudar à espera por "sábado de manhã", desejando que o mesmo me traga "linhas no horizonte", as quais, de consciência tranquila pelo esforço realizado, acredito que sejam bem merecidas!

Sun Tzu Catarinus

Seja bem vindo!
Espero divertir-me tanto a ler os teus textos como me divirto a surfar na tua companhia!
Altas ondas ontem! A ver se para a próxima a Raquelita também entra e o Artur saca umas fotos à malta.
Este blog precisa de mais imagens! Temos de por o Artur a trabalhar... e não só!!!

Descobertas

Este fim de semana voltei ao Alentejo, ao mar, às ondas e a amigos... a mim. Depois de quinze longos dias de ausência do mar, no sábado de manhã as ondas do Malhão refrescaram-me a alma, e também o corpo, depois da longa caminhada pela duna com o longboard e o fato às costas, na companhia do João. Estava pequeno, mas divertido, e eu, como quase sempre depois de períodos mais ou menos longos de afastamento, estava mesmo com muita vontade, o que faz com que me pareça muitas vezes melhor do que na realidade está. Ao João também pareceu e apanhámos umas. Após quase duas horas estava cansado e satisfeito, pelo que regressei a casa, a tempo de ver o jogo da selecção, adeus bifes, acompanhado de salada de polvo, pica pau e imperiais. Pelo caminho, ou seja no Malhão, ficaram 2 floaters, acho que os primeiros a sério que fiz na vida, e várias direitas engraçadas, foi bom, muito bom!
No domingo, cansado pela surfada da véspera e também por não ter dormido muito, acordo e sou novamente confrontado com a total ausência de ondas em S. Torpes, já esperada, mas nem por isso simpática. A vontade de fazer 100 km`s, ida e volta, até ao Malhão não era muita, além de que havia a duna, mas enfim, se queria surfar, e queria de facto, teria mesmo de ser...
Antes de nos fazermos à estrada, eu, o João, e agora também o Bruno, sugeri irmos espreitar a Vacaria, a praia mais perto de casa e onde eu nunca antes tinha pensado surfar... porque raramente dá ondas e quando dá, bem.... pode-se partir pranchas... sobretudo longboards de malta afoita mas pouco experiente...
Só que me lembrei da conversa na noite anterior sobre altas ondas apanhadas em tempos na Lagoa e na Vacaria por uns amigos comuns, que falaram das probabilidades de dar umas de maré vazia no domingo... como estava pequeno mais a sul, podia ser que...
Ao João e ao Bruno também não lhes apeteciam muito os km`s e a duna, pelo que lá fomos espreitar, a menos de 5m de casa, uma praia improvável de surfar... até ontem!!!
Quando chegámos a maré ainda estava a descer, e a nossa primeira impressão foi a de que não ia haver nada. Só que, estando ali, ainda por cima tão perto de casa, se calhar valia a pena esperar uma ou duas horas que a maré baixasse toda e trouxesse as tão desejadas ondas... é que ondulação havia, mas de facto rebentava muito em cima da areia e tudo a fechar... e assim foi, ficámos, de malas e bagagens, que é como quem diz, fatos, pranchas, crianças, baldes, pás, chapéus...
A espera não foi longa, a qualidade do tempo passado com a Joana e a Inês assim fizeram parecer, os sorrisos naquelas caras, e o cansaço tranquilo à ida para casa, denunciavam nas duas felicidade, sono e fome... Após umas corridas a fugir das ondas e uns quantos castelos na areia, lá foram as duas para casa com a Mrs. Catarino, que muito provavelmente terá pressentido a nossa ansiedade crescente "algumas daquelas já davam"... tacto e sensibilidade no feminino...
E assim foi, sem muitas certezas, mas com fé e vontade de ver se ia dar, que entrámos os 3. De início só queríamos fazer uma, dizíamos uns aos outros "se fizer uma já fico contente..." O João apanhou a primeira, uma direita, pequenina, mas que deu para perdermos o resto dos receios e começar a apanhá-las como se fosse em... S. Torpes! Mas não era, nem de longe nem de perto... mais curta, mais rápida, mais forte e mais vertical, apesar de estar pouco mais de meio metro com alguns sets maiores, esta é uma onda cascuda, mais poderosa. Mas muito boa também!!!
Passados uns minutos já os três estavámos com um grande sorriso na cara, surpresos pela nossa própria prestação e entusiasmados com o potencial do local em dias melhores, sim, porque apesar de dar umas, se a maré descer mais, com a ondulação a entrar menos a direito...
Só saí em definitivo da água quando já não podia mais, cansado, mas bastante entusiasmado com a força da onda e com o drop muito rápido.
Ainda agora tenho o sorriso estúpido na cara, que ontem todos sabiam do que era, mas que hoje quase ninguém percebe...
É o sorriso da felicidade, da simplicidade das coisas boas da vida, da superação, do respeito pela natureza e é também o sorriso da descoberta!
A partir de agora, muitas mais vezes espreitarei o mar ao pé de casa, antes de partir para outros locais que tanto gosto também de visitar!

Presos pelo tempo... ou por nós próprios?

Para a esmagadora maioria dos meus amigos, façam ou não surf, os dias de semana, entre 2ª e 6ª feira, são apenas o intervalo entre 2 fins de semana. É durante o fim de semana que realmente as pessoas se sentem mais vivas, fazem o que mais gostam, e actuam mais de acordo com a sua própria personalidade, o que, naturalmente, faz com que se sintam mais livres, despreocupadas e felizes. Creio que é por isso que gostamos mais do fim de semana do que dos restantes dias, começando a ficar ligeiramente deprimidos quando o domingo se aproxima das 5 da tarde... Eu também costumo "sofrer" com esta realidade, passando normalmente a semana toda à espera do fim de semana... E creio que "sofro" mais, porque à 2ª feira tenho a tendência, talvez masoquista, eu sei, de assim que chego ao escritório, ir à net ver como está o mar, e não resistir a olhar para sábado, mesmo sabendo que "ainda é cedo para previsões", como acertadamente diz um grande amigo meu. Toda esta realidade contribui seguramente para aumentar a ansiedade com que todos vamos vivendo de 2ª a 6ª, e aposto que este cenário não é de todo inocente quando se fala em stress...
Vem tudo isto a propósito de um e-mail que recebi esta semana sobre o Dalai Lama e de uma conversa que hoje tive com uma amiga, também surfista, mas que esta semana está bastante stressada, apesar de viver perto do mar, apesar de poder ver e absorver a sua energia quase todos os dias. Para mim a energia do mar é realmente muito tranquilizante, não só porque me acalma, mas também porque me permite "ver" com maior lúcidez, o que frequentemente me ajuda a tomar decisões que, julgo eu, são mais acertadas para a minha vida, tanto pessoal como profissional. Junto do mar tudo me parece bem menos complicado, é como se eu próprio tivesse outra energia, outra capacidade para enfrentar o dia a dia, mesmo quando não há ondas, mesmo quando só ficamos a olhar para a sua estática aparente. É sempre mais fácil dar conselhos do que enfrentar as nossas próprias dificuldades, mas de qualquer forma, isso não quer dizer que não se possa dar conselhos... O meu conselho para ti SurfistaPrateada, é... vai ver o mar! Já agora, se puderes, antes de ires dá uma vista de olhos no que diz o Dalai Lama.

Os amigos e o Surf

Os bons e verdadeiros amigos são como o surf: podemos demorar algum tempo até o encontrarmos ou conhecermos, mas uma vez que isso acontece, fará parte da nossa vida para sempre!!!
Parabéns amigo!

Estados de Espírito

Existem apenas duas formas possíveis de sair do mar depois de uma surfada:
Feliz ou Muito Feliz!!!

O metro, o metrinho e o metrão

Apesar das previsões anunciarem ondas “grandinhas”, resolvi ir à praia na mesma, apesar de ser pouco experiente na matéria do surf e da ondulação. Os “meus responsáveis” ensinaram-me que um verdadeiro surfista deve sempre ir à praia, nem que seja para olhar o mar.

Tenho o privilégio de sair do trabalho e estar na praia em cinco minutos…Litoral Alentejano…tem destas coisas! Olhei o mar e achei por bem não entrar…Para mim merecia respeito e pensei que fosse mais proveitoso admirá-lo do que usufrui-lo! Mas por insistência do meu professor, que me colocou no sitio certo e me deu as indicações correctas, lá fui…”Está metro…metrão…”

Não percebo (ainda) porque é que todos os surfistas têm como referência apenas o "1 metro". Estava metrão…Não seria mais fácil dizermos a medida mais ou menos exacta?! Até porque, quando realmente faço umas ondas, que para mim até são significativas, falam-me em metrinho… :(

Mas tenho que me convencer que a medida de grandeza de um surfista é esta mesmo, pelo que o meu objectivo, assim sendo, será de facto surfar um “metrão”… a ver vamos…

O Surf e o resto

Começo a escrever 1 hora antes do início do Portugal - México de hoje. Desde manhã que não se houve outra coisa, as notícias na rádio, os comentários matutinos dos colegas, até as cores que algumas colegas hoje trazem, aludindo claramente à sua repentina devoção patriótica, tudo, mas tudo, passando pelo restaurante habitualmente cheio à 1h da tarde, e que hoje, estranhamente está vazio, seguramente muita gente irá "almoçar" mais tarde... enfim, o jogo de facto domina as atenções e o país parece que vai parar, ou pelo menos abrandar. Pessoalmente, e com muita pena, não poderei ver o jogo, é certo que por razões bem mais importantes que as profissionais, pois vou com a minha filha ao médico. Mas a verdade é que tanto amor patriótico repentino, que nasceu com o Euro e com Scolari, honra lhes seja feita, deveria ser aproveitado para acções que contribuíssem mais para o país do que, simplesmente, beber cerveja e fazer gazeta ao trabalho... com toda esta loucura, com todas as conversa a girar à volta deste tema, eu, durante a hora de almoço, lembrei-me de como seria bom dar um pulo até à praia durante a hora do jogo, para aproveitar a loucura instalada e dar uma surfada descontraída e sem crowd... pois é... depois acordei desse sonho... porque muito provavelmente não haveria tão pouco crowd assim, seguramente haverá alguns loucos, que o são todos os dias, não apenas em dia de jogo, e que frequentemente abandonam as rotinas e os circuitos "normais" para dar azo à sua insanidade e patriotismo surfando as ondas portuguesas. Quando hoje à tarde, vindo dum estranho e profundo silêncio instalado na capital e no país, se ouvir um estridente e sonoro gooooooooolo, eu embarcarei na felicidade colectiva, comemorando os feitos lusitanos, mas ao mesmo tempo, pensarei em ondas e surfistas que não estão a partilhar essa alegria quase geral, porque o mar, no seu imenso poder, lhes absorve os sentidos de toda e qualquer outra sensação, deixando-os entregues a uma alegria muito própria, proporcionada pelo prazer de estar no mar, difícil de descrever, mas nem por isso menos intensa que outras, mesmo quando partilhadas simultaneamente por quase todos!

Os responsáveis...

Há cerca de um mês atrás um amigo meu, um dos responsáveis por eu ser (ou pretender ser) surfista, enviava-me uma foto que mostrava o que tinha sido para ele um grande dia de surf, aquela foto, daquela onda, que nos faz sorrir cada vez que pensamos nela. Lembro-me que na altura o questionei, se algum dia iria ter uma foto daquelas, ou mesmo não tendo, se iria conseguir ultrapassar todos os meus medos do mar e sentir o mesmo...sorrir estupidamente porque fiz "aquela" onda!

Tenho a sorte de ter outro amigo, responsável também por esta minha nova aventura, que vai registando os momentos inesquecíveis pelos quais tenho passado no mar....e foi ele que registou esse momento. Apesar de não parecer, o mar para mim merecia respeito, mas eu com a furia de querer vencer esta barreira, de querer fazer mais e melhor, aventurei-me e consegui ter aquele que foi o meu dia de surf! :) Acredito (e já tive a prova) de que muitos outros dias virão, iguais e melhores que este...mas este foi especial, porque foi o primeiro...

Outro dos responsáveis, o responsável pela minha evolução, afinal é ele que me ensina, quase diariamente, como fazer mais e melhor, é o meu professor, que nesse dia me disse "Hoje brilhas-te em S. Torpes"...

A onda só eu a posso sentir, só eu a relembro, mas o registo desse momento orgulho-me de partilhar com todos...

Origem

Este primeiro texto é naturalmente sobre surf. E sobre a origem do mesmo na minha vida.
O surf desempenha, desde há largos anos, um papel importante na minha vida.
Primeiro como uma simples paixão de miúdo, que gostava de praia, adorava o mar, apanhava umas carreirinhas quando havia ondas, e, maravilhado e curioso, observava atentamente as linhas desenhadas por quem surfava a sério!
Mais tarde, com 14 ou 15 anos, esse miúdo trabalha durante o verão e consegue comprar uma prancha, uma Semente 6"2 twin-fin em 2ª mão, com mais fofos do que os que há em Belas... um amigo de um amigo tinha alta prancha, enfim, era de facto a melhor, visto que não conhecia mais ninguém a quem comprar uma... e lá vai todo contente de férias para Sagres, gastar o que sobrou da massa acumulada no trabalho de férias. Nessa época o surf resume-se a uma ou duas semanas por ano, no verão em Sagres, ou esporádicamente em Carcavelos, visto que de transportes se demorava mais de 1h30m para esta praia da linha, que apesar de tudo era a mais perto de casa, além de que não haviam surf reports nem internet como agora... algumas espumas por ano eram assim o contentamento da época.
Os anos passam, a evolução é lenta, mas a paixão continua.
Já na universidade, após adquirir carro e já menos miúdo, troca de prancha, uma Polen 6"2 ainda em 2ª mão, e começa a ir mais frequentemente, isto é... pouco mais de meia dúzia de fins de semana por ano, que isto de ter 20 e poucos anos, andar a aprender sózinho e ainda por cima não ter companhia para ir lá tentar... bem, não existem desculpas, haviam também outras prioridades, é um facto, há que admitir! Resumindo, continuavam as espumas, em maior quantidade, mas ainda espumas! Além de que, entretanto, se acaba a boa vida da universidade e se reduzem as oportunidades para surfar, ou tentar...
Já a trabalhar e pelos 20 e tais a fora, surge a primeira prancha nova, uma Eukaliptus 7"2, trazida por uma grande amigo desde Bilbao, e que à época representava a esperança renovada, "isto com uma prancha maior é mais fácil...". Apesar disso, pouca evolução, ou nenhuma, pelo menos na área do surf. Namorada nova, amigos descobertos, locais por desbravar e o surf a esperar. Outras evoluções.
Mais perto dos 30 surge a revelação, um longboard, essa "arma" amiga da Heliosurfboards, em 2ª mão, mas que seguramente facilitaria a vida a um quase surfista desesperado. Surge ligeira evolução, sustentada em vários fins de semana em S. Torpes, linda praia desse alentejo que entretanto aprendeu a amar, e que é terra emprestada da namorada, entretanto transformada em cara metade. A verdade, no entanto, é que os anos e os kilos já não são os mesmos... pelo que, no final do verão de 2004, já com uma linda filha ao colo, concebida ao sabor e ao ritmo do litoral alentejano, e após tomada de consciência da incapacidade para sózinho resolver o assunto, surge a inscrição na fantástica Escola de Surf do Litoral Alentejano, com a consequente e tão esperada onda desde o princípio até ao fim. Essa onda, da qual me recordo em detalhe, foi feita em Outubro de 2004, e de facto, como a tantos outros, mudou-me a vida, aliás, centrou-me a vida, que é a palavra mais adequada.
Hoje, já com um longboard novo, que é a minha primeira prancha mágica, novamente da Heliosurfboards, tenho a minha vida condicionada pela responsabilidade profissional, mas centrada no que é realmente importante, a família e os amigos. Ao mesmo tempo, todos os dias programo a próxima surfada, provavelmente no fim de semana seguinte, se possível em família e junto dos amigos!
Esta é pois a origem do surf na minha vida, que a partir de hoje ganha uma nova actividade, a escrita mais ou menos regular, sobre surf.
Este primeiro texto é dedicado à minha recente companheira de escrita, que é também minha companheira no surf de há uns tempos a esta parte, mas que sobretudo é uma grande amiga de longa data, e que teve a brilhante ideia de criar este blog. Obrigado!

O início...

Março de 2006....
Num fim de semana igual a muitos outros, preenchido por um café aqui ou ali, o sol já espreitava, no litoral alentejano...
À saída da praia, depois do tal café, olhei para a minha amiga, e quase por telepatia, como é muito frequente em nós que já nos conhecemos bem, lembrámo-nos que seria interessante experiementar aquela sensação que há muito nos diziam ser única...o surf....
Assim foi...o início de uma paixão...para quem tratava o mar por você, com respeito, admiração e, tudo isto, sempre à distância....foi um bom começo...uma boa terapia....Uma primeira aula, de nervos, desconfiança, o mesmo respeito e ainda mais admiração...
Voltei na semana seguinte...uma nova aula...e outra...e outra....e mais outra...
Passaram-se três meses...
Como que por brincadeira, o destino encarregou-se naquele fim de semana, de me mostrar que o que eu pensava que iria ser uma experiência pontual, passasse a ser a minha nova paixão, o meu vício...
Continuo a ter o mesmo respeito, ainda mais admiração, mas o mar já me autorizou a tratá-lo por tu...

Essa admiração, fez-me criar este blog, para que a evolução desta paixão seja registada...