Este fim de semana voltei ao Alentejo, ao mar, às ondas e a amigos... a mim. Depois de quinze longos dias de ausência do mar, no sábado de manhã as ondas do Malhão refrescaram-me a alma, e também o corpo, depois da longa caminhada pela duna com o longboard e o fato às costas, na companhia do João. Estava pequeno, mas divertido, e eu, como quase sempre depois de períodos mais ou menos longos de afastamento, estava mesmo com muita vontade, o que faz com que me pareça muitas vezes melhor do que na realidade está. Ao João também pareceu e apanhámos umas. Após quase duas horas estava cansado e satisfeito, pelo que regressei a casa, a tempo de ver o jogo da selecção, adeus bifes, acompanhado de salada de polvo, pica pau e imperiais. Pelo caminho, ou seja no Malhão, ficaram 2 floaters, acho que os primeiros a sério que fiz na vida, e várias direitas engraçadas, foi bom, muito bom!
No domingo, cansado pela surfada da véspera e também por não ter dormido muito, acordo e sou novamente confrontado com a total ausência de ondas em S. Torpes, já esperada, mas nem por isso simpática. A vontade de fazer 100 km`s, ida e volta, até ao Malhão não era muita, além de que havia a duna, mas enfim, se queria surfar, e queria de facto, teria mesmo de ser...
Antes de nos fazermos à estrada, eu, o João, e agora também o Bruno, sugeri irmos espreitar a Vacaria, a praia mais perto de casa e onde eu nunca antes tinha pensado surfar... porque raramente dá ondas e quando dá, bem.... pode-se partir pranchas... sobretudo longboards de malta afoita mas pouco experiente...
Só que me lembrei da conversa na noite anterior sobre altas ondas apanhadas em tempos na Lagoa e na Vacaria por uns amigos comuns, que falaram das probabilidades de dar umas de maré vazia no domingo... como estava pequeno mais a sul, podia ser que...
Ao João e ao Bruno também não lhes apeteciam muito os km`s e a duna, pelo que lá fomos espreitar, a menos de 5m de casa, uma praia improvável de surfar... até ontem!!!
Quando chegámos a maré ainda estava a descer, e a nossa primeira impressão foi a de que não ia haver nada. Só que, estando ali, ainda por cima tão perto de casa, se calhar valia a pena esperar uma ou duas horas que a maré baixasse toda e trouxesse as tão desejadas ondas... é que ondulação havia, mas de facto rebentava muito em cima da areia e tudo a fechar... e assim foi, ficámos, de malas e bagagens, que é como quem diz, fatos, pranchas, crianças, baldes, pás, chapéus...
A espera não foi longa, a qualidade do tempo passado com a Joana e a Inês assim fizeram parecer, os sorrisos naquelas caras, e o cansaço tranquilo à ida para casa, denunciavam nas duas felicidade, sono e fome... Após umas corridas a fugir das ondas e uns quantos castelos na areia, lá foram as duas para casa com a Mrs. Catarino, que muito provavelmente terá pressentido a nossa ansiedade crescente "algumas daquelas já davam"... tacto e sensibilidade no feminino...
E assim foi, sem muitas certezas, mas com fé e vontade de ver se ia dar, que entrámos os 3. De início só queríamos fazer uma, dizíamos uns aos outros "se fizer uma já fico contente..." O João apanhou a primeira, uma direita, pequenina, mas que deu para perdermos o resto dos receios e começar a apanhá-las como se fosse em... S. Torpes! Mas não era, nem de longe nem de perto... mais curta, mais rápida, mais forte e mais vertical, apesar de estar pouco mais de meio metro com alguns sets maiores, esta é uma onda cascuda, mais poderosa. Mas muito boa também!!!
Passados uns minutos já os três estavámos com um grande sorriso na cara, surpresos pela nossa própria prestação e entusiasmados com o potencial do local em dias melhores, sim, porque apesar de dar umas, se a maré descer mais, com a ondulação a entrar menos a direito...
Só saí em definitivo da água quando já não podia mais, cansado, mas bastante entusiasmado com a força da onda e com o drop muito rápido.
Ainda agora tenho o sorriso estúpido na cara, que ontem todos sabiam do que era, mas que hoje quase ninguém percebe...
É o sorriso da felicidade, da simplicidade das coisas boas da vida, da superação, do respeito pela natureza e é também o sorriso da descoberta!
A partir de agora, muitas mais vezes espreitarei o mar ao pé de casa, antes de partir para outros locais que tanto gosto também de visitar!
segunda-feira, 3 de julho de 2006
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