Este primeiro texto é naturalmente sobre surf. E sobre a origem do mesmo na minha vida.
O surf desempenha, desde há largos anos, um papel importante na minha vida.
Primeiro como uma simples paixão de miúdo, que gostava de praia, adorava o mar, apanhava umas carreirinhas quando havia ondas, e, maravilhado e curioso, observava atentamente as linhas desenhadas por quem surfava a sério!
Mais tarde, com 14 ou 15 anos, esse miúdo trabalha durante o verão e consegue comprar uma prancha, uma Semente 6"2 twin-fin em 2ª mão, com mais fofos do que os que há em Belas... um amigo de um amigo tinha alta prancha, enfim, era de facto a melhor, visto que não conhecia mais ninguém a quem comprar uma... e lá vai todo contente de férias para Sagres, gastar o que sobrou da massa acumulada no trabalho de férias. Nessa época o surf resume-se a uma ou duas semanas por ano, no verão em Sagres, ou esporádicamente em Carcavelos, visto que de transportes se demorava mais de 1h30m para esta praia da linha, que apesar de tudo era a mais perto de casa, além de que não haviam surf reports nem internet como agora... algumas espumas por ano eram assim o contentamento da época.
Os anos passam, a evolução é lenta, mas a paixão continua.
Já na universidade, após adquirir carro e já menos miúdo, troca de prancha, uma Polen 6"2 ainda em 2ª mão, e começa a ir mais frequentemente, isto é... pouco mais de meia dúzia de fins de semana por ano, que isto de ter 20 e poucos anos, andar a aprender sózinho e ainda por cima não ter companhia para ir lá tentar... bem, não existem desculpas, haviam também outras prioridades, é um facto, há que admitir! Resumindo, continuavam as espumas, em maior quantidade, mas ainda espumas! Além de que, entretanto, se acaba a boa vida da universidade e se reduzem as oportunidades para surfar, ou tentar...
Já a trabalhar e pelos 20 e tais a fora, surge a primeira prancha nova, uma Eukaliptus 7"2, trazida por uma grande amigo desde Bilbao, e que à época representava a esperança renovada, "isto com uma prancha maior é mais fácil...". Apesar disso, pouca evolução, ou nenhuma, pelo menos na área do surf. Namorada nova, amigos descobertos, locais por desbravar e o surf a esperar. Outras evoluções.
Mais perto dos 30 surge a revelação, um longboard, essa "arma" amiga da Heliosurfboards, em 2ª mão, mas que seguramente facilitaria a vida a um quase surfista desesperado. Surge ligeira evolução, sustentada em vários fins de semana em S. Torpes, linda praia desse alentejo que entretanto aprendeu a amar, e que é terra emprestada da namorada, entretanto transformada em cara metade. A verdade, no entanto, é que os anos e os kilos já não são os mesmos... pelo que, no final do verão de 2004, já com uma linda filha ao colo, concebida ao sabor e ao ritmo do litoral alentejano, e após tomada de consciência da incapacidade para sózinho resolver o assunto, surge a inscrição na fantástica Escola de Surf do Litoral Alentejano, com a consequente e tão esperada onda desde o princípio até ao fim. Essa onda, da qual me recordo em detalhe, foi feita em Outubro de 2004, e de facto, como a tantos outros, mudou-me a vida, aliás, centrou-me a vida, que é a palavra mais adequada.
Hoje, já com um longboard novo, que é a minha primeira prancha mágica, novamente da Heliosurfboards, tenho a minha vida condicionada pela responsabilidade profissional, mas centrada no que é realmente importante, a família e os amigos. Ao mesmo tempo, todos os dias programo a próxima surfada, provavelmente no fim de semana seguinte, se possível em família e junto dos amigos!
Esta é pois a origem do surf na minha vida, que a partir de hoje ganha uma nova actividade, a escrita mais ou menos regular, sobre surf.
Este primeiro texto é dedicado à minha recente companheira de escrita, que é também minha companheira no surf de há uns tempos a esta parte, mas que sobretudo é uma grande amiga de longa data, e que teve a brilhante ideia de criar este blog. Obrigado!
terça-feira, 13 de junho de 2006
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1 comentário:
A brilhante ideia de criar este blog, não teria surgido se não me tivesses "apresentado" o surf! Afinal se não fosses tu, o "México" continuava a ser o meu único destino...:)
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