Emoções fortes!

Confirmou-se, altas ondas durante o fim de semana passado e para todos os gostos e feitios!
Domingo foi de facto o dia das maiores, e, após adiados os compromissos familiares, afinal consegui lá estar!!!
E ainda bem, domingo apanhei as maiores ondas da minha vida, pelo menos assim as senti... provavelmente já estive várias vezes dentro de água com o mar daquele tamanho, 1,5m com os sets a entrarem com... não sei, para mim era tamanho de besta..., sobretudo estando de longboard... respeito, receio, prazer puro e admiração tudo junto... provavelmente até já tinha dropado 2 ou 3 vezes ondas daquelas, mesmo as de set, só que, até domingo, nunca antes tinha ficado em pé após o drop em ondas assim, descendo a onda a uma velocidade impressionante e de uma altura que, visto de fora, e lá dentro também, metia respeito!
Hoje, passados 4 dias, ainda sinto essas 4 ondas (sim, só 4!!!) de cada vez que fecho os olhos, ainda me vejo a olhar para baixo na altura do drop e a pensar, já está, vou apanhar uma bem grande... ainda sinto a energia da massa de água atrás de mim após o drop, a levar-me até à zona onde a onda fechava e a felicidade extravasava!!!
Foram só 4 ondas, em 2 horas dentro de água, o que significa que estive muito tempo a remar, a corrente era forte e afastava-nos do pico constantemente, e que apanhei também uns valentes caldos, quer quando falhava o timing da onda e a seguir levava com a seguinte em cima, quer quando a corrente era mais forte do que eu e me levava para fora do pico, com o set a fazer depois o seu trabalho de vassoura gigante, seguido de máquina de lavar... Ainda assim, essas 4 ondas significam para mim um novo registo, um novo vício dentro do próprio surf, o de surfar ondas assim, que para mim são de facto grandes.
A adrenalina associada a estes momentos é impressionante, provavelmente ainda mais significativa por ter sido a primeira vez, mas sem dúvida que é um complemento muito especial ao prazer de escorregar suavemente nas ondas.
Óbvio que a noção das condições, e sobretudo o conhecimento da praia, ajudou bastante. Dificilmente eu entraria naquele dia noutro local e com aquele tamanho. Perceber a corrente, a cadência dos sets, que ainda assim por vezes me "enganaram", e a localização ideal para esperar, foi fundamental para que apanhasse as ondas que apanhei e não tivesse saído de dentro de água estoirado, sovado e ainda mais humilde face ao mar e à natureza... Ainda assim, aprendi umas coisas enquanto esperava...
O Bruno e a Raquel partilharam este momento comigo, de início fora de água, mas depois também lá dentro, cada um dando o seu melhor e superando também eles os seus próprios receios. Apanharam umas ondas, apesar do tamanho e sobretudo do crowd, que entretanto tinha aumentado consideravelmente à medida que a manhã avançava e a maré enchia. O Bruno apanhou inclusivé umas bombas lá fora, ainda que o pionés encarnado lhe tivesse roubado literalmente o "protagonismo" em 2 ou 3. Qualquer dia serás tu a dropiná-lo, gajos assim não aprendem...
Não houve fotos, é um facto, mas a cara deles quando eu saí... estavam quase tão felizes quanto eu, pelas minhas ondas! Dificilmente eles esquecerão também este dia, o que é mais uma prova de que por muito individual que o surf seja, sobretudo quando estamos lá dentro a enfrentar sózinhos o mar, a verdade é que é ainda mais especial quando partilhado, e da forma como nós o partilhamos!
Sábado também foi alto dia de surf, para nós os 3 aliás, creio que cada um de nós apanhou pelo menos o triplo das ondas do que no domingo, o mar estava ligeiramente mais pequeno, fechava menos e, não menos importante, assustava menos.
Eu devo ter apanhado mais de 20 ondas, muitas delas tão boas como as melhores que já fiz (ultimamente estou sempre a dizer e escrever isto, que fiz as melhores da minha vida, mas é verdadeiramente o que sinto...).
No entanto, as emoções fortes de domingo fazem com que 1 onda apenas desse dia, valha por todo o meu dia de surf de sábado!!!